Para
além do risco de poder ocorrer uma catástrofe nas centrais nucleares, de produção de
energia eléctrica ou nos navios e submarinos de propulsão nuclear, o problema mais grave
que se coloca à civilização do átomo é o armazenamento dos resíduos radioactivos.
Que fazer com estes resíduos? Dado que os mares cobrem dois terços do globo,
"naturalmente" os especialistas pensaram logo neles para se desfazerem destas
substâncias mortíferas. Há já bastante tempo que as potências nucleares se dão por
satisfeitas em lançar os resíduos radioactivos nos mares em barris metálicos que oxidam
rapidamente. A água possui um poder
corrosivo considerável, nenhum barril resiste mais do que alguns meses ou anos. No entanto, em 1972, em Londres, grandes nações
decidiram parar de lançar no mar resíduos altamente radioactivos prosseguindo por outro
lado com o armazenamento de resíduos de média ou baixa radioactividade. Contudo,
actualmente, é do conhecimento geral que a poluição nuclear é a mais perigosa e a mais
insidiosa. As quantidades de radioactividade às quais um organismo se encontra exposto
acumulam-se e as consequências dessas sucessivas exposições irão reflectir-se em toda
a descendência das algas formando no fundo do mar, após a sua morte e decomposição, um
depósito sedimentar contaminado. Os radionucleídos substituem, nos tecidos vivos, os
elementos que neles se encontram normalmente presentes e aí se concentram. O iodo 131,
por exemplo, substitui o iodo não radioactivo encontrando-se numa proporção bastante
relevante nas algas. As algas concentram também e preferencialmente o plutónio.

Muitas
pessoas julgam que a solução para os nossos problemas reside em construir centrais
nucleares cada vez mais potentes e no maior número possível. Contudo, estas centrais
produzem resíduos, os quais terão de ser eliminados de uma forma ou de outra. Onde? e
com que consequências?
