UM PERIGO PARA A FLORA MEDITERRÂNICA
Nesta zona costeira, o crescimento demográfico é
agravado pelo fluxo crescente de turistas, aproximadamente 760 milhões. São por isso
constantemente necessários mais parques de campismo, hotéis e parques de estacionamento,
que ocupam actualmente 4 000 km2 na totalidade, podendo este número duplicar
até ao ano 2000. Assim sendo e devido à falta de espaço, os promotores imobiliários
começam a recorrer ao espaço marítimo dando os baixios lugar ao betão. Esta zona marítima, banhada pela luz, com uma
profundidade entre 0 e 20 metros é um verdadeiro oásis no oceano, sem o qual este não
seria mais do que um deserto. Em França, entre Martigues e Menton, ou seja, ao longo de
650 km, os baixios ocupam apenas 31 400 hectares, as construções ocupam 10 % (portos,
molhes, praias artificiais). Neste momento, os maiores "devoradores" de espaço
são o aeroporto de Nice, o complexo petrolífero de Fos e o Mónaco que ocupa 75 % dos
baixios. Este avanço da acção dos homens nos mares representa um grande perigo para a
"Posidonia". O seu desaparecimento representaria uma catástrofe ecológica para
toda a fauna e flora Mediterrânica, já que a "Posidonia oceanica" está para o
Mediterrâneo, assim como, a floresta está para o continente: são os seus
"pulmões" produtores de oxigénio. Na totalidade, vivem nos bancos de algas um
total de 1 400 espécies animais e vegetais. Têm tanta importância que a França
constituiu uma associação científica destinada a unir as acções levadas a cabo com
vista à sua preservação. Infelizmente, os bancos de algas correm perigo em diversas
costas, ou seja, há muito a ser feito para os protegermos e para que voltem a fixar-se
nos locais anteriormente abandonados. Contra estes promotores imobiliários, possuidores
de um desejo desenfreado de construir, o Estado continua a ser a melhor defesa. O
"Conservatoire du littoral" foi criado pela França em 1976. Possui actualmente
4 000 hectares de costa e como tal procede à reordenação deste território com o
objectivo de preservar o litoral e respectiva flora.